Passei a minha vida tentando acertar. Tudo era tão planejado que, bastava uma pequena mudança que fugisse ao meu controle, para eu movimentar o mundo e fazer que tudo se encaixasse com o roteiro programado por mim. Se eu não conseguisse modificar, ficava extremamente frustrada.
Roteiro... era essa a palavra exata, fazia da minha vida um roteiro de um filme onde eu me achava a Diretora.
Ninguém sabia dirigir o roteiro da minha vida tão bem quanto eu. Não precisava ninguém me orientar, eu era tão segura do meu papel e do papel que os outros deveriam desempenhar no meu filme que, até os coadjuvantes com suas pequenas participações, não podiam cometer erros, se falhassem eram substituídos imediatamente. Afinal, ninguém podia prejudicar o roteiro do meu filme onde eu era a diretora e atriz principal.
Engraçado...eu era a Crítica também, principalmente, do filme dos outros.
-Se fosse comigo, isso não aconteceria. Se acontecer eu despeço atores, atrizes e etc. –falava toda orgulhosa!
Era assim que a minha Crítica interior e exterior funcionavam.
Na realidade, no meu modo de enxergar a vida, ninguém sabia fazer e dirigir um roteiro tão bem como eu. Os outros roteiros e filmes, qual seja, a vida dos outros, eram mal dirigidas, administradas e os Diretores tomavam sempre decisões erradas e soluções completamente diversas das que eu tomaria.
No meu filme, o homem era dirigido pela mulher. A mulher não era só o sexo forte, ela era forte, presente e determinada.
E qual o homem que pensaria em substituir ou mesmo utilizar outra mulher que não fosse Maria Eduarda?
No trabalho, ninguém era mais eficiente!
Na hora de raciocinar, Maria Eduarda era a primeira a dar sua opinião. Afinal, ela era muito inteligente e ninguém, ninguém teria uma solução para o problema melhor do que a solução que ela encontrou.
Ela se sentia a mais tudo!
Ocorre que, bastou um mínimo descuido...E, as cortinas se abriram e as máscaras caíram.
É... Maria Eduarda sabia de tudo, pena que ela não era um aparelho de Raio X, não tinha o poder de enxergar através da mente e do coração das pessoas. E, coração dos outros é terra que ninguém pisa. Pena que ela não tinha a máquina do tempo para prever o futuro. E, o futuro a Deus pertence.
Assim, quando as cortinas se abriram e as máscaras caíram, Maria Eduarda teve que mudar o nome do seu filme para:
“A navegadora sem bússola”
Ficou desorientada. Percebeu que não tinha o poder de programar toda a sua vida nos mínimos detalhes, sem que algo fugisse, involuntariamente, ao seu controle, pois o destino vai delineando sorrateiramente os rumos de nossas vidas sem que, muitas vezes, tenhamos qualquer possibilidade de interferir nos seus desígnios.
Mera ignorância acharmos que somos o senhor do nosso destino!
Mera ingenuidade acreditar que temos o poder de modificar o nosso destino!
E se eu fizer assim?
Se eu tivesse feito diferente as coisas teriam ocorrido de outra forma.
“Se”, não existe e nem existiria.
O momento que você já viveu e o que você está vivendo agora, são obras do destino, determinado por Deus, ou para quem não acredita em divindades: “obra do acaso”.
Seja lá como for, quem rege nossas vidas não somos nós. Podemos até tentar programar, mas nunca achar que temos o poder de mudar o curso de tudo o que nela vai ocorrer.
Este fenômeno que dá e toma, que ora nos oferece o riso e ora as lágrimas, que determina quem serão os atores, atrizes e coadjuvantes é o destino. É ele o Diretor e Roteirista do filme de nossas vidas. É o destino que escolhe que títulos e roteiros terão os filmes que serão lançados no cinema de nossas vidas.
O Destino subiu no palco e anunciou:
-O Oscar de melhor filme vai para.... Maria Eduarda! Com o filme:
“Senhor, dá-me forças para aceitar aquilo que eu não puder modificar”.
Oi, Rita. Conheci teu blog através do dihitt e adorei teus textos. Existem muitas Marias Eduardas, que vivem uma vida planejada e deixam de viver muita coisa boa. Às vezes o inesperado é bem melhor que o planejado.
ResponderExcluirBeijos.
Muito bacana teu blog, Rita.
ResponderExcluirAdorei seus textos.
Beijinhos, até mais.
( http://saulolopes.blogspot.com )
Somente a maturidade faz enxergar a pequenez que somos e que de nossa vida não somos donos. Beijus,
ResponderExcluirRita!
ResponderExcluirInteressante. Desde ontem à noite estive pensando sobre o ato de críticar. O pensamento me veio à mente depois de ver um cena do filme "Mr. Bean viaja de férias". Quem diria, um filme de comédia fazendo-me refletir em coisas profundas...
A cena foi rápida. Mostrava um grupo de atores comendo lanche, enquanto outros refaziam a maquiagem e outras coisinhas na pause do filme.
Imaginei o universo que é a produção de um filme, principalmente os que envolve muita gente, guarda-roupa cenários, etc.
É complexo demais para depois, quando o filme está na tela, um crítico, de sua poltrona confortável dizer: - não gostei.
Ou mesmo incluir 2 estrelinhas na editoria do jornal que trás os filmes da semana.
Enfim... pensamento vago que pretendo incluir em post futuro, quando (e se ocorrer) ele (pensamento) estiver mais fundamentado.
Abraçossssss